terça-feira, 20 de setembro de 2011

HISTORIAS CONTADAS PELO CLAUDIO ROBERTO RIBEIRO

Estas duas histórias foram escritas pelo Claudio Roberto Ribeiro, pessoa que se  aprende a adimirar convivendo com o cristão, sogro do meu Irmão mais novo o Vitor(que sorte ele teve), e Avo coruja do Theo meu sobrinho, escreveu estas duas histórias com a alma de quem tem a pureza dos justos e perfeitos, muito obrigado por repartires comigo estas duas pérolas.


O isqueiro matou o "fósfro"
e a luz matou o isqueiro.
Os caminhões mataram as tropas
e a saudade matou o tropeiro!

(Autor desconhecido)



Corredor das Tropas

Começa a chegar a Semana Farroupilha e, mais uma vez, sinto-me meio deslocado, menino de cidade.
...                                                     
Morei a poucas quadras do “Corredor das Tropas” (caminho que faz a ligação entre o Bairro das Três Vendas e o Porto de Pelotas, onde estavam localizados os matadouros dos grandes frigoríficos - Swift, Anglo, Armour... Em outras palavras: o caminho entre o Hipódromo da Tablada  e o Solar da Baronesa, no Areal).
Vi passarem tropas tão grandes que a gurizada  sentava-se à beira da estrada para assistir...
Muita poeira, muito barulho de casco, latido de cachorro, gritaria de gente e... muito mugido triste.
O cheiro doce/podre  nos locais de matança é algo que adere ao nariz e à memória.
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Também trabalhei numa ferraria,  ferrando cavalos, batendo malho pra fazer os aros das rodas de carroça. Pata do animal apoiada no meu joelho, muito casco aplainei (que fedor!) pra colocar as ferraduras ainda meio quentes. Lembro das ferraduras fininhas para os cavalos parelheiros...
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Também ajudei o verdureiro da chácara que ficava na frente da nossa casa. Encilhei muito cavalo para a carroça/charrete do reparte.
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Meu pai foi motorista de estancieiro, motorista de “barraca” de lãs. Menino, antes do primeiro emprego formal aos quatorze anos, fui muito para Bagé, Hulha Negra, Pedras Altas, Herval... Temporadas invernais em lugares que até Deus duvida que tenha criado... Muito galpão, muitos cavalos... e todo tipo de comida à base de carne de ovelha.  Meu Deus, como tem ovelha no mundo!
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Desculpem, não tive tempo de ser gaúcho...

                                                                                     Claudio Roberto Ribeiro                                  Semana Farroupilha/2010


O João-grande

Homenagem ao meu novo amigo, Elmo de Freitas, o Carijó.

Pois no feriado em homenagem a Nossa Senhora Aparecida fomos pescar no Uruguai. Ali em Rio Branco, na fronteira com o Brasil. Nos açudes do Arrozal Rosales.
E em busca de alguma coisa a mais além de peixes; além de admiráveis silêncios junto à natureza; além do convívio com pessoas de pensar e agir diferentes...
E aqui estou, junto aos juncos do açude, cercado de horizontes e assaltado por sentimentos quase atávicos, por uma certa angústia e sentindo um misto de medo e de alegria sem motivos.
A visão do pampa lembra alguma coisa que nunca aconteceu, algo que nunca acontecerá.
Dom Jorge Luis concordaria comigo ou sorriria gentilmente, pensando: esse senhor jamais me compreendeu... Mas quem o mandou enfiar um pobre cidadão da cidade dentro de um trem e fazê-lo sumir no horizonte do pampa, enfrentando, em minúsculas e inimagináveis estações da linha férrea, gaúchos barbudos e desocupados que se divertiam jogando bolinhas de pão nas costas de gente trajada com roupas da moda?
Sinto que, de algum modo, pertenço a este lugar... e este lugar não me pertence... e fico ruminando o dilema do personagem borgiano: duelar e morrer ou fingir que não se viu o desaforo?
O João-grande em cima do seu ninho certamente não leu meus pensamentos nem ajudou com algum palpite, pois tivera seus problemas enormemente aumentados com a minha absurda proximidade: sua segurança resumia-se a poucos metros de água e juncal.
Mas, ao tentar traduzir em palavras a beleza e a bravura daquele impávido colosso, fui invadido por uma enorme alegria, um tremendo alívio e repetia bobamente o mesmo pensamento: eu-não-sou-daqui, eu-não-sou-daqui...
Claro, camaradas: João-grande uruguaio, João-grande brasileiro, eu, todos nós pertencemos ao lugar onde estão atualmente nossos ovos...


                                                                 Claudio Roberto Ribeiro


P.S.: Este rascunho foi escrito ouvindo a música “Como una ladrona”, com o Sonido Caracol (La Gran Banda Del Uruguai), e senti saudade ao lembrar de meu pai, Ivo Ribeiro, transportador de lãs das fronteiras uruguaias, pronunciando a palavra ladrona e eu, moço de alguma leitura e pouco mundo, achava que o correto seria que ele dissesse ladra. Perdão, meu velho.



(claudio Roberto Ribeiro eo grande Theo)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

UMA VIAGEM MUITO ATRAPALHADA

Os protagonistas desta historia são os meus pais, uma certa feita estavam os dois na fazenda, eles passavam a maior parte da semana por la,e resolveram ir a Rio Branco no Uruguai fazer compras, bem demanhazinha saíram os dois  da fazenda com destino a Rio Branco, depois de umas três horas de viajem minha Mãe pergunta ao meu Pai:
-Nós não devíamos ter chegado.
- Fica quieta que Eu errei o caminho estamos indo pra Rivera.
E assim seguiram viajem até Rivera, la chegando compraram um monte de bobagem, pois não estavam precisando de nada mesmo, nesta altura do campeonato o certo era eles irem para um hotel e ficarem por la, já que não tinham compromisso nenhum la na fazenda mas pra variar eles  resolveram voltar mesmo  já estando a tardinha,andaram umas duas horas ea minha mãe falou:
- Não me lembro de ter passado por esta estrada.
- Fica quieta que me perdi novamente.
E foram parar em Pântano Grande já a noite, O Pai sabia que existia uma nova estrada que saia perto de Cangussu, pediram informações e pegaram a tal estrada, como ele não conhecia o caminho resolveu seguir um caminhão que passou por Eles, o caminhão acelerava Ele acelerava, o caminhão diminuía Ele diminuía , lógico que o caminhoneiro se assustou  e pensou que seria assaltado , já que a estrada era um breu só e pouco movimentada,ligou para policia logo adiante o  inevitável aconteceu, foram parados pela policia, ai meu Pai explicou que estava perdido e que tava seguindo o caminhão por que imaginou que ele iria para Rio Grande e Ele queria ir para São Lourenço, o  Policial vendo que era um casal de idosos e que não eram perigosos os levou até Cangussu e perguntou se Eles sabiam onde estavam, como a resposta foi afirmativa liberaram Eles para seguirem viagem, depois de toda a trapalhada Eles chegaram as 3 horas da madrugada no campo e só fiquei sabendo desta historia por que minha Mãe reclamou que o meu Pai ta meio Pateta

(Pai e Mãe)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O LUDOVICO EA INFERNO NA TORRE

Esta aconteceu na minha juventude  e divido esta estoria com meu irmão e amigo Cláudio, numa certa época de nossas vidas resolvemos dividir uma namorada, coisa muito moderna pra época. mas como nem Eu nem Ele queríamos pra casar, dividimos  a Buba(este era o apelido da moça).
Naquela época o Cláudio tinha um carmanguia TC que nós carinhosamente apelidamos de Ludovico, era o nosso meio de locomoção e muita festa  ele nos levou, mas vamos ao ocorrido.
(Walter e Cláudio)
Para tirar a buba de casa nós tínhamos que levar o chá de Pera junto, e quem servia de chá de Pera era a INFERNO NA TORRE, apelidamos ela assim porque ela era ruiva e muito feia.Como o carro era muito pequeno sentava na frente  Eu eo Cláudio e colocávamos a buba no meio de nós até uma almofada colocamos pra ela não sentar no freio de mão, a parte engraçada desta estoria é que colocávamos a INFERNO NA TORRE no porta malas, e o que mais gostávamos de fazer era chegar na frente do Clube Camaquense  ou do Bar UGLIS e abrir o porta mala para a INFERNO NA TORRE sair, era Hilário.